Enquanto o Congresso discute uma nova lei sobre agrotóxico, Paz Verde alerta que o projeto representa um retrocesso na proteção ambiental e da saúde.
A organização destaca que a regulamentação proposta consolidaria o uso massivo destas substâncias em vez de reduzi-lo.
Além disso, se aprovado, violaria a precedentes judiciais que estabeleceu uma distância de segurança de 1000 metros.
O polêmico projeto de lei de agroquímicos que o Congresso analisa e o Greenpeace denuncia
O projeto que hoje o Congresso analisa foi elaborado pela Rede de Boas Práticas Agrícolas (RedBPA), que reúne mais de 80 instituições do setor agrícola.
Graduado «Lei dos Orçamentos Mínimos para Aplicação de Produtos Fitossanitários»é apoiado por deputados da UCR e da Coalizão Cívica, com apoio da agricultura.
Acontece que, segundo os promotores do projeto, ele busca “harmonizar critérios» e criar um quadro regulamentar uniforme para a aplicação de agrotóxicoque falta à Argentina.
Apesar da “boa imprensa” que o campo e os legisladores mantêm, o Greenpeace denuncia em particular a artigos 7 e 9 do projeto.
Estes estabelecem zonas de exclusão de mal 10 metros para aplicações terrestres e de drones de agroquímicos, e 45 metros para aplicações aéreas.
Esses valores contrastam drasticamente com o 1000 metros definido pelos tribunais provinciais com base em conhecimentos oficiais.
Assim, o uso de substâncias com efeito tóxico comprovado sobre organismos e ecossistemas.
O Greenpeace critica ainda que a proposta “não reduz o uso de agrotóxicos nem planeja sua substituição, mas antes consolidaria sua continuidade e reduziria os níveis de proteção existentes«.
Além disso, o projecto de legislação evita deliberadamente o termo “agrotóxico» e substitui-o por «fitossanitário», uma mudança que o Greenpeace considera política.
Segundo a organização, esta modificação reduz a percepção de risco para facilitar a aprovação social.
Agrotóxicos na Argentina: os riscos e precedentes judiciais
Greenpeace apoia sua denúncia com dados concretos: estudos detectados glifosato e atrazina na chuva, ar e cursos de água na Argentina.
Além disso, pesquisas com biomarcadores demonstraram dano genético e envolvimento respiratório na população exposta.
No nível judicial, portarias municipais como a do Município de Campana em Buenos Aires e decisões em Sastre e Piamonte em Santa Fé também estabeleceram 1000 metros como limite de precaução.
Se a nova norma for aprovada, estes precedentes seriam violados e as jurisdições perderiam a capacidade de aplicar o princípio da precaução.
Desde 2011, o Greenpeace mantém suas críticas à Modelo agrícola argentino e o uso de pesticidas.
O seu relatório “Glifosato: uma estratégia tóxica” indica que a utilização massiva destes produtos gera poluição ambiental.
Além disso, consolida uma agricultura dependente da insumos químicos e sementes transgênicas.
Por sua vez, a expansão monocultura Nas últimas décadas também teve outras consequências:
- Perda de biodiversidade;
 - degradação do solo;
 - poluição da água e;
 - deslocamento de comunidades rurais.
 
Um contexto preocupante: mais liberdade para os agroquímicos
O contexto legislativo coincide com as decisões governamentais que dizem respeito à organização.
Por exemplo, o Governo divulgou recentemente o importações de agroquímicos.
Também reduziu as tarifas de entrada, reduzindo a disponibilidade de produtos químicos importado sem introdução critérios compensatórios de saúde ou ambientais.
O Greenpeace também questiona o discurso oficial do «produtividade» e «segurança alimentar».
Segundo a organização, a Argentina não utiliza agrotóxicos para produzir alimentos e abastecer sua população, mas sim para sustentar os lucros das empresas exportadoras.
Neste sentido, a ONG lembra que o processo legislativo ocorre enquanto Atanor —um dos principais fabricantes locais de glifosato— acumula reclamações para descargas ilegais e violações ambientais.
Em 2024, a empresa ainda sofreu um explodido na sua fábrica de San Nicolás, evidenciando falhas no sistema regulatório nacional.
Proposta do Greenpeace contra pesticidas
A organização exige iniciar um processo de redução progressiva e saída do uso massivo de agroquímicos.
Propõe avançar para sistemas agroecológicos que priorizam saúde, biodiversidade e soberania alimentar.
«O desafio não é fortalecer o quadro jurídico do negócio agroquímico, mas simgarantir a proteção das pessoas, da água e do meio ambiente«conclui o documento do Greenpeace.
E encerra alertando que aprovar limites de distribuição tão baixos significaria institucionalizar o risco e retroceder no direito à saúde e a um ambiente saudável.
 Com informações da AFP e Econews.
