O Caleb Johnson Studio, um escritório de arquitetura sediado em Portland, Maine, criou uma residência familiar revestida de madeira em Otisfield, Maine, que destaca-se por não possuir um quarto principal, tendo como objetivo reforçar os laços familiares.

Chamada de “Pieri Pines”, essa casa de dois pisos foi comissionada por três irmãos, e seu design busca reinterpretar a arquitetura tradicional das cabanas locais de Maine, utilizando recursos modernos e funcionais, além de proporcionar um refúgio acolhedor para a família.

Casa de Madeira construída com materiais locais

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Uma característica marcante da residência é o uso de cedro branco oriental, uma madeira localmente obtida, que reveste toda a sua parte externa. Essa madeira foi tratada e manchada para se assemelhar às texturas das árvores e pedras ao redor da propriedade, conferindo um aspecto rústico e harmonioso ao conjunto.

Do ponto de vista do lago, a casa parece recuar suavemente, mas também se destaca com suas linhas angulares distintas, criando uma linguagem arquitetônica única. Quando vista a partir do cais adjacente, ela parece se fundir perfeitamente com a linha das árvores, graças ao revestimento de madeira e ao reflexo das árvores nas amplas janelas de vidro.

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O estúdio de arquitetura enfatiza que o principal propósito da construção foi estabelecer uma relação significativa com a natureza circundante. A casa foi cuidadosamente projetada para se integrar ao terreno, e suas áreas de convivência se conectam com o ambiente em vários pontos, proporcionando aos moradores a oportunidade de estar em sintonia com a paisagem ao redor.

O declive do terreno foi aproveitado no projeto, permitindo que os espaços de convivência estivessem no mesmo nível do ambiente externo em múltiplos pontos. O telhado inclinado afasta-se do lago, proporcionando espaço para grandes janelas que oferecem vistas panorâmicas da paisagem.

Desafios na construção da casa de madeira

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Ao ocupar o terreno, os arquitetos encontraram uma grande pedra glacial que seria um desafio para qualquer construção tradicional. No entanto, em vez de removê-la, optaram por trabalhar em torno dela. O deck da casa foi projetado de forma que envolvesse a pedra, criando uma integração única entre a natureza e a arquitetura. O living tem vista para essa grande rocha glacial, e o segundo andar é projetado em balanço sobre ela, tornando a rocha uma parte essencial da experiência da residência.

No interior, os espaços de convivência são organizados em um layout de níveis diferenciados. O acesso à casa é feito por um ponto central que desce para a sala de estar principal e a cozinha. A partir daqui, uma escada leva aos três quartos iguais, nenhum dos quais é designado como o “quarto principal”. Essa abordagem foi adotada para reforçar os laços familiares, dando a cada membro da família um espaço igualmente especial na casa.

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As áreas de convivência compartilhadas são parcialmente separadas por vigas e corrimãos de madeira, o que confere um efeito visual empilhado aos interiores. Além disso, cantos aconchegantes, com nichos para leitura e escadas personalizadas, proporcionam uma sensação de privacidade dentro do espaço relativamente compacto da residência.

A madeira utilizada nos interiores é harmoniosamente contrastada com detalhes metálicos, como as molduras das janelas em tom de vermelho rústico e um fogão à lenha preto. Janelas amplas, com molduras mínimas, permitem vistas ininterruptas da paisagem natural circundante, permitindo que a natureza entre na casa e enriqueça a experiência de seus moradores.

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No geral, o projeto busca criar um espaço habitacional que estabeleça uma forte conexão com o meio ambiente e reforce a importância das relações familiares. A casa foi construída com grande consideração para a preservação da paisagem natural e para o estímulo do bem-estar dos ocupantes, tornando-se um refúgio acolhedor e único para a família que a habita.

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