O verão de 2024 deixou um acontecimento histórico para as ciências marinhas: o aparecimento de um Baleia franca do Atlântico Norte no Baía de Donegal, Irlandaespécie considerada criticamente ameaçado. Meses depois, o mesmo exemplar foi avistado nas proximidades de Boston, Estados Unidosseguindo um padrão migratório nunca documentado para esta espécie.
Esta descoberta não só surpreendeu os biólogos marinhos, mas também reavivou a preocupação sobre o futuro destes mamíferos oceânicos, cuja população global mal chega a 380 indivíduos.
Um evento histórico em águas irlandesas
De acordo com CBS Notícias Bostontal migração da costa irlandesa para a costa americana nunca tinha sido registada antes. O avistamento na Irlanda já era considerado um acontecimento de relevância histórica, uma vez que não existiam registos da presença desta espécie em águas irlandesas nos últimos anos. 100 anos.
Os cientistas sugerem que, se tais viagens ocorreram no passado, não foram documentadas, possivelmente devido à abundância de exemplares em séculos anteriores, antes do declínio dramático que a espécie enfrenta.
Padraig Whooley, Grupo Irlandês de Baleias e Golfinhoscomentou ironicamente:
“Mas onde mais alguém esperaria encontrar uma baleia franca com conexões irlandesas senão em Boston?”
Identificação e rastreamento da amostra
Rastrear a baleia foi possível graças à combinação de observação de campo e análise digital de fotografias.
- Em novembro de 2024, Ian Schosbergdo Centro de Estudos Costeiros, avistou o animal a cerca de 37 km da costa de Boston.
- A colaboração com o Aquário da Nova Inglaterra permitiu comparar imagens e cicatrizes, confirmando que se tratava do mesmo espécime visto na Irlanda.
Este procedimento de identificação é viável justamente porque escassez de indivíduospermitindo aos cientistas manter catálogos detalhados de cada cópia.
Uma espécie em situação crítica
A baleia franca do Atlântico Norte enfrenta ameaças constantes:
- Captura acidental.
- Tráfego marítimo.
- Mudanças ambientais.
Com mal 380 exemplares em todo o planetacada avistamento adquire relevância científica, mediática e social. A identificação individual dos poucos exemplares remanescentes tornou-se uma ferramenta fundamental para pesquisa e conservação.
Novos padrões de migração
A travessia do Atlântico junta-se a outros movimentos atípicos relatados recentemente. Tradicionalmente, acreditava-se que as populações a leste e a oeste do Atlântico Norte quase nunca cruzavam o oceano. No entanto:
- Em maio de 2024, duas baleias francas —Maçarico e coala– viajou da costa centro-atlântica da América do Norte até o Caribeuma região onde nunca haviam sido detectados antes.
- Esses movimentos sugerem que a espécie poderia ser mudando suas rotas migratórias históricas em busca de habitats alternativos, provavelmente em resposta a alterações em seu ambiente natural.
Traços biológicos únicos
As baleias francas do Atlântico Norte pertencem a uma das linhagens de maiores baleias de barbatanas do mundo.
- Eles podem exceder o 13 metros de comprimento.
- Eles atingem pesos entre 39.000 e 100.000 quilos.
- Apresentam uma peculiaridade biológica notável: maiores testículos em proporção ao reino animalque pode pesar 450 quilos cada.
Esta característica faz parte da sua adaptação reprodutiva e foi documentada pela ciência como um exemplo extremo de especialização biológica.
As características físicas, a escassez numérica e os novos padrões migratórios tornam o Baleia franca do Atlântico Norte um emblema da fragilidade e resistência da fauna oceânica. A sua sobrevivência depende muito da pesquisa científica a partir de compromisso internacional de conservação.
Cada avistamento incomum não só fornece informações valiosas para a ciência, mas também nos lembra da urgência de proteger uma espécie que está à beira da extinção.
Com informações da AFP e Econews.
