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turismo cresce e logística cai


O Antárticacom os seus 14 milhões de km², é um continente vital para a investigação científica e a monitorização das alterações climáticas. Mais do que 30 países mantêm uma presença ativa na região no âmbito do Tratado Antárticoo que gera uma demanda crescente por sistemas logísticos eficientes.

Atualmente, o Argentina enfrenta um forte contraste: embora Ushuaia lidere o turismo na Antártica, sua capacidade de apoiar programas científicos internacionais É praticamente inexistente. Em vez de, Punta Arenas (Chile) consolidou-se como líder mundial em logística polar, com investimentos estatais e privados que ultrapassam US$ 410 milhões até 2028.

Congresso Antártico de Ushuaia 2025: um apelo à ação

Ele 28 de novembro de 2025o Fundação Finnova organizou o primeiro Congresso Antártico em Ushuaiaonde especialistas em logística, ciência e ambiente concordaram que o desenvolvimento de infraestruturas sustentáveis ​​é fundamental.

“Este desenvolvimento não só impulsionaria o turismo, que em 2023 ultrapassou os 80.000 visitantes, mas também facilitaria a investigação científica, aumentando o número de projectos apoiados pela Argentina”, observaram os especialistas.

Programas antárticos e presença argentina

Hoje existem cerca 40 programas antárticos ativosque apoiam bases, enviam pesquisadores, movimentam cargas e fazem voos para o continente. Argentina é o país com maior número de bases (13): seis permanentes e sete temporários.

Contudo, o país não fornece serviços logísticos completos para nenhum destes programas. Apenas o Programa Antártico Brasileiro tem usado Ushuaia como base parcial nos últimos anos.

Chile e o modelo misto Estado-setor privado

Na região de Magalhães, o Chile projeta:

  • US$ 150 milhões em portos (Píer Prat, Puerto Mardones, Puerto Williams).
  • US$ 260 milhões em aeroportos importantes.
  • A criação de APAL (Logística Antártica Punta Arenas)sindicato que reúne 12 empresas privadas de logística, abastecimento e comunicações marítimas.

Este modelo misto permitiu ao Chile apoiar 24 programas antárticoscom um impacto económico estimado em US$ 500 milhões anuais.

Ushuaia: turismo em alta, logística endividada

O porto de Ushuaia passou de 213 aterrissagens em 2015/2016 para 422 em 2024/2025consolidando a sua liderança no turismo. No entanto, o seu papel na logística científica continua a ficar atrás de concorrentes como Punta Arenas, Cidade do Cabo, Hobart e Christchurch.

Exemplo comparativo: Christchurch (Nova Zelândia) fornece apenas quatro programas antárticos e gera mais de US$ 100 milhões anuais em logística e atividade científica.

Projetos inacabados e progresso recente

  • Em 2021, o governo de Alberto Fernández anunciou um Pólo Logístico Antártico com investimento de US$ 300 milhõesnunca especificado.
  • Em 2024, o Presidente Javier Milei reafirmou o seu compromisso com Base Naval Integrada em Ushuaiaainda sem progressos significativos.
  • Em dezembro de 2025, o Pista da Base Antártica Petrel para operações civisum marco que permite a conexão aérea direta com a Terra do Fogo e reduz custos em comparação com os voos militares Hércules C-130.

Este avanço abre novas possibilidades: rápida rotação de investigadores, transporte de equipamentos de alto valor e resposta sanitária imediata.

Ushuaia em um momento decisivo

A cidade possui vantagens naturais inigualáveis: águas profundas, abrigo e proximidade com o Setor Antártico Argentino. Com investimentos em docas, conectividade aérea e cooperação público-privada, Ushuaia poderia ser transformada de portão de entrada turística para Centro Internacional de Logística e Científicocapturando uma parcela significativa de um mercado global avaliado em centenas de milhões de dólares anualmente.

Isto não só diversificaria a economia do Terra do Fogomas consolidaria Ushuaia como capital bicontinental e ator estratégico na governança da Antártica.



Com informações da AFP e Econews.

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