O secretário executivo do Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (CQNUMC), Simon Stiellafirmou que COP30 de Belém (Brasil) deve demonstrar que a cooperação climática continua forte num contexto global marcado pela fragmentação política e económica.
“Precisamos de mostrar que a cooperação climática é forte num mundo fragmentado. Vejo uma grande determinação em aproveitar o progresso fundamental da COP30 e mostrar, mais uma vez, que a cooperação climática funciona para proporcionar um progresso real”, disse Stiell durante a abertura da reunião plenária de alto nível.
Urgência e críticas ao ritmo das negociações
Stiell reiterou seu apelo para rapidez e urgência nas negociações, alertando que o ritmo atual “não reflete a velocidade e a magnitude da transição que já está a ocorrer na economia real”.
“A vontade existe. Mas a velocidade não”, sublinhou.
O responsável pediu aos ministros e negociadores que abordassem as questões mais difíceis sem demora:
- Evite atrasos táticos e evasão.
- Superar a “diplomacia performativa” e passar à ação concreta.
- Reconheça que cada atraso implica perdas para todos.
Uma economia nova e mais sustentável
Stiell comemorou que um nova economia sustentável está avançando mais rápido do que o esperado, impulsionado por iniciativas privadas que mobilizam trilhões de dólares para projetos de energia limpa e adaptação climática.
“No ano passado, foram injetados mais de 2,2 mil milhões de euros em energias renováveis, ou seja, mais do que o PIB de mais de 180 países”, destacou.
Vozes da ONU e do Brasil no plenário
O presidente do Assembleia Geral da ONU, Annalena Baerbocklembrou que a crise climática impactos reais na populaçãoalém da negação dos céticos.
Por sua vez, o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckminsolicitado a passar das palavras às ações:
“Esta deve ser a conferência da verdade, da implementação e, acima de tudo, da responsabilidade com o planeta”, afirmou, parafraseando o presidente. Luiz Inácio Lula da Silva.
Alckmin enfatizou que:
- Cada fração adicional de um grau de aquecimento global representa vidas em risco.
- As alterações climáticas geram mais desigualdade e perdas para aqueles que menos contribuíram para o problema.
- Cada decisão política na COP30 deve contribuir para preservar a vida, proteger a biodiversidade e garantir a justiça ambiental.
Uma homenagem à Amazônia
Antes de dar lugar aos palestrantes, um vídeo sobre o Amazôniaelaborado com registros do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgadoque faleceu este ano e foi reconhecido mundialmente pela defesa do meio ambiente.
A semana decisiva da COP30
Após seis dias de debates, a COP30 entra em sua fase crítica com a chegada dos ministrosque assumem o comando das negociações. A pressão do Povos indígenas amazônicos e sociedade civil está a fazer-se sentir, exigindo compromissos concretos e ações imediatas face à crise climática.
A COP30 em Belém parece ser uma cimeira decisiva para demonstrar que a cooperação internacional em questões climáticas ainda está viva apesar das tensões globais. Os alertas de Stiell e Alckmin dão o tom: o tempo das promessas já passou e cada atraso implica riscos maiores para a humanidade e para o planeta.
Foto da capa: EFE Verde
Com informações da AFP e Econews.
