Em Mendozaum grupo de voluntários realiza uma tarefa silenciosa mas vital: apagar os vestígios de vandalismo nas paisagens e recuperar patrimônio natural. Há três anos, a Fundação Pro Montaña dedica seu trabalho à limpeza dos grafites que cobrem rochas, rotas e locais emblemáticos da província.
A sua próxima intervenção terá lugar na histórica Rota Provincial 52, entre a Reserva Villavicencio e Uspallata. A ação faz parte da operação “Que seja uma montanha”um esforço coletivo para restaurar o valor ecológico e cultural do estradas de montanha.
Cada dia envolve longas horas de trabalho físico, utilização de máquinas especializadas e logística complexa. Ainda assim, o propósito é claro: recuperar a beleza original da paisagem e encorajar respeito pelo patrimônio natural mendocino.
Uma iniciativa que nasceu do compromisso cidadão
Montanha Pró Surgiu como uma proposta familiar promovida pela amor das montanhas. O que começou com limpezas individuais transformou-se numa organização com estrutura formal e apoio comunitário.
A equipa, composta por alguns voluntários, intervém em zonas onde as autoridades não conseguem chegar. Transportam água, areia, equipamentos de hidrojateamento e produtos especiais para remover tinta sem danificar a rocha. O objetivo não é apenas limpar, mas também conscientizar sobre o impacto humano em ecossistemas.
Ao longo destes anos, a fundação interveio a partir de locais urbanos, como o Colina da Glória e praças centrais, mesmo áreas naturais protegidasnuma cruzada que combina ecologia, educação e cidadania ativo.
As cicatrizes do vandalismo na natureza
Os grafites em formações rochosas ou sítios arqueológicos não são simples “marcas”. Eles representam uma forma de degradação ambiental e cultural que apaga milhares de anos de história natural.
Em lugares como o Cerro El Tunduqueralonde existem pinturas rupestres pré-hispânicas, grafites danificaram pedaços de valor arqueológico incalculável. Cada inscrição implica a erosão de camadas geológicas que levaram séculos para se formar, alterando também a estética e biodiversidade do meio ambiente.
O vandalismo na natureza também tem um custo ecológico. Solventes, aerossóis e pigmentos infiltram-se no solo, afetando microrganismos, líquenes e flora nativa que crescem nas rochas. A limpeza desses resíduos requer tempo, recursos e trabalho especializado que poderiam ser utilizados para a conservação ativa.
Por que proteger o património natural é uma causa ambiental
Cuidar das montanhas, dos rios e das formações naturais não é apenas uma questão estética ou turística. É sobre preservar ecossistemas únicos que regulam o clima, protegem as espécies e sustentam a identidade das comunidades que os habitam.
A deterioração do património natural tem efeitos cumulativos. Cada ato de vandalismo, por menor que pareça, acelera processos de erosão e destrói habitats essenciais para a flora e a fauna da região. Além disso, enfraquece a ligação emocional entre as pessoas e o seu ambiente.
Portanto, organizações como Montanha Pró promover campanhas educativas que convidem respeite os espaços naturais. A restauração física é apenas parte do desafio: a verdadeira tarefa é transformar o comportamento social no sentido de uma relação mais consciente e sustentável com o meio ambiente.
Educar para conservar
A fundação acompanha suas ações com oficinas e atividades em escolas, redes sociais e comunidades. Sua mensagem é clara: proteja a montanha é uma forma de cuidar da vida
Em alguns municípios, as tarefas de limpeza estão integradas em programas de segurança. responsabilidade ambientalonde os infratores colaboram com a restauração dos locais danificados. Essas experiências buscam converter a punição em aprendizado e o dano em oportunidade de mudança.
Cada operação de limpeza é também um ato simbólico. Ao apagar as marcas do descuido humano, os voluntários restaurar a paisagem à sua dignidade natural e reafirmam uma ideia essencial: a montanha não precisa de enfeites, apenas de respeito.
Com informações da AFP e Econews.
