Quando cumprido dez anos do Acordo de Paris, Paz Verde comemora as conquistas, mas alerta que o a atual ambição climática é insuficiente para parar a crise.
A organização denuncia manobras agressivas da indústria fóssil parar os planos de abandono do gás, do petróleo e do carvão, discutidos no último Cúpula do Clima no Brasil.
A urgência de agir
O objetivo central do Acordo de Paris é limitar o aquecimento global a 1,5ºC em comparação com os níveis pré-industriais. No entanto, em 2024 a temperatura média global cruzou esse limite pela primeira vezimpulsionado principalmente pelo uso de combustíveis fósseis.
“São necessários muito mais ambição climática e financiamento internacional, e também uma data para abandonar os combustíveis fósseis. Não podemos esperar mais dez anos. As alterações climáticas estão a avançar mais rapidamente do que a resposta humana”, declarou. Pedro Zorrilla Mirasresponsável pela campanha do Greenpeace contra as alterações climáticas.
O consumo de fósseis continua a crescer
Desde a assinatura do Acordo em 2015, o consumo de combustíveis fósseis aumentou 9% globalmente:
- 2015: 125.715 terawatts-hora (TWh).
- 2024: 137.417 TWh.
Enquanto os países do norte global reduziu seu consumo 4%ele sul global aumentou um 20%compensando qualquer progresso e evidenciando a desigualdade na transição energética.
O Acordo de Paris: contexto e objetivos
O Acordo foi negociado no COP21 (2015) por 195 países e entrou em vigor em novembro de 2016 após ser ratificado por mais de 55 partes que representam 55% das emissões globais.
Seus principais objetivos são:
- Limite o aquecimento bem abaixo de 2ºC, de preferência 1,5ºC.
- alcançar o neutralidade climática em meados do século.
- Fortalecer a cooperação internacional e o financiamento para os países em desenvolvimento.
Consequências da violação do Acordo
Não cumprir os compromissos climáticos significa acelerar catástrofes ambientais e sociais:
Consequências ambientais
- Fenômenos extremos: secas severas, ondas de calor mais intensas, chuvas torrenciais e furacões mais fortes.
- Aumento do nível do mar devido ao derretimento de geleiras e calotas polares.
- Perda de biodiversidade e extinção em massa de espécies.
- Desertificação e expansão de zonas áridas.
- Mudanças irreversíveis como o derretimento do permafrost.
Consequências sociais e económicas
- Crise de saúde: aumento de doenças respiratórias e tropicais, insegurança alimentar.
- Migrações forçadas devido a desastres climáticos.
- Impacto económico: redução do PIB global e custos elevados devido a desastres.
- Desigualdade global: os países em desenvolvimento, menos responsáveis, são os mais afetados.
Riscos geopolíticos e de segurança
- Conflitos pela diminuição de recursos como água e alimentos.
- Fraqueza da governança global devido à falta de cooperação internacional.
Dez anos após o Acordo de Paris, o equilíbrio é claro: o progresso existe, mas é insuficiente dada a magnitude da crise. O Greenpeace insiste que Cada esforço não realizado aproxima o mundo de um cenário climático muito piorcom custos económicos e sociais que superam em muito os benefícios da inacção.
A organização afirma mais ambição, mais financiamento e uma data específica para abandonar os combustíveis fósseislembrando que o tempo para agir está se esgotando e que o futuro da humanidade depende de decisões imediatas e corajosas.
Com informações da AFP e Econews.
