Cabanas de madeira com formatos únicos são sempre bem vindos. Afinal, quem não gosta de um pouco de criatividade para fugir da mesmice dos blocos de apartamento e casas oferecidas no Brasil? Além de um design único, essa cabana também utiliza uma solução a base da arroz no isolamento térmico.
Projetada pelo estúdio Kozy Cabins, com sede no Equador, a cabana “Arrachay” é um espaço de trabalho e cabina projetados durante a pandemia para desafiar a forma como vivemos e trabalhamos. Localizada na Cordilheira dos Andes, a cabana remota celebra a oportunidade de poder viver e trabalhar nas belas paisagens naturais da região.
O local montanhoso é tão isolado que a estrutura de madeira fica a mais de 4.000 metros acima do nível do mar. Esse contexto extremo proporciona um clima frio e uma atmosfera encoberta por nuvens e cercada por árvores.
Os arquitetos Javier Mera Luna, Lesly Villagrán María Beatríz Moncayo intitulam sua residência/escritório com uma combinação dos termos quechua para o clima frio (achachay) e as piscinas termais próximas (arrarray).
Buscando um processo de construção mais eficiente, os arquitetos da Kozy Cabins pré-fabricaram a cabana em dois módulos. Essas duas peças foram construídas na cidade mais próxima e transportadas por mais de 100 quilômetros até o local final.
Tendo em mente a viabilidade de transporte, este método acabou restringindo as dimensões gerais da estrutura durante o processo de projeto: a cabana é compacta mede apenas 3 x 5 metros. Apesar de compacta, ela conta também com uma pequena cozinha estrategicamente embutida nos armários.
Um assento na janela e uma parede de prateleiras são integrados na espessura da própria parede. Enquanto isso, uma escrivaninha estreita se estende por quase toda a largura da sala para definir um espaço de trabalho que tem a vista para as montanhas e um mezanino acima traz uma cama de casal com vista para as estrelas através do telhado (semelhante à cabana observatório).
Desde o início, o objetivo dos arquitetos era conseguir uma construção limpa que experimentasse com materiais renováveis não ortodoxos. Para isso, apostaram em um isolamento novo, eficiente e não à base de petróleo: o Biom, um novo tipo de isolamento de uma bio-fonte que utiliza as características térmicas das fibras de arroz.
A ideia é gerar um triplo impacto em sua produção (social, ambiental e econômico) nas comunidades de Daule na costa equatoriana, onde essas fibras eram queimadas e agora são utilizadas em economia circular.
Na cabana, cada parte (pavimento, paredes e telhado) foi projetada para aproveitar a densidade correta do Biom (50kg/m³) durante o preenchimento da estrutura de madeira. O isolamento foi coberto com um retardador de fogo natural e embalado manualmente na estrutura.
A utilização do volumoso isolamento permite otimizar a instalação no local e evita pontes térmicas. A densidade e as características térmicas do isolamento perimetral ajudam a manter a temperatura agradável apesar das variações de temperatura do ambiente exterior. Uma análise no local feita por termografia infravermelha confirmou a distribuição praticamente igual do isolamento no perímetro.
O que você achou dessa cabana e do isolamento térmico para parede madeira a base de arroz? Conta pra gente nos comentários!