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China abre um novo corredor marítimo através do Ártico


A chamada “Rota da Seda Polar”que corre ao longo da costa norte da Sibéria, já é um alternativa real ao Canal de Suez para o transporte marítimo entre a Ásia e a Europa.

Ele mudanças climáticas reduziu a necessidade de quebra-gelos e abriu uma janela de navegação de cerca de quatro meses, permitindo à China promover um corredor estratégico que promete economia de tempo e custosembora com um alto impacto ambiental.

Uma viagem inaugural com selo chinês

O navio porta-contêineres Ponte de Istambul concluiu recentemente o primeira etapa da Rota Expressa China-Europa do Árticojuntando-se ao porto de Ningbo (China) com Gdansk (Polônia) em 20 dias de navegaçãoem comparação com os 40 ou 50 exigidos pelo Canal de Suez ou pelo Cabo da Boa Esperança.

O navio transportava 4.100 contêinerescom cargas de alto valor agregado como módulos fotovoltaicos e componentes de bateria. Segundo gestores de logística, reduzir o tempo de trânsito melhora controle de qualidade e evita perdas por autodescarga em produtos sensíveis.

Vantagens logísticas e econômicas

  • Economia de tempo: até 20 dias a menos navegação.
  • Redução de custos: estimado em um 35%.
  • Maior segurança: Evite áreas com pirataria ou instabilidade política.
  • Diversificação de rotas: abra um terceiro corredor marítimo entre a Ásia e a Europa.

A China pretende reduzir o tráfego para 18 dias entre Ningbo e Felixstowe (Reino Unido) e transferência entre um 10% e 30% do comércio sino-europeu para esta estrada.

Riscos ambientais: o custo oculto do derretimento do gelo

Ele derretimento acelerado do Árticoonde as temperaturas sobem três vezes mais rápido que a média global, é o que torna esta rota possível. No entanto, a sua exploração representa sérias ameaças:

  • Liberação de carbono negro: As emissões dos navios escurecem o gelo e aceleram o seu derretimento.
  • Espécies invasoras: Organismos presos aos cascos podem alterar ecossistemas frágeis.
  • Feedback climático: A perda de gelo reduz a capacidade de refletir a radiação solar, intensificando o aquecimento global.

De acordo com o NOAAentre 2023 e 2024 o Ártico registou o segunda maior temperatura da históriae em março de 2025 o manto de gelo atingiu o seu extensão mínima do inverno desde que existem registros de satélite.

Cooperação com a Rússia e a geopolítica do Ártico

O projeto é apoiado pela Rota Marítima do Norte da Rússiaonde Moscou planeja investir 22 bilhões de dólares até 2035 para garantir o trânsito com quebra-gelos durante todo o ano.

China e Rússia anunciaram a sua cooperação estratégica no desenvolvimento e protecção do Árctico, num contexto de crescente disputa internacional pelo controlo desta região.

“O Ártico não substituirá amanhã o Canal de Suez, mas se tornará um complemento importante”, observou. Malte Humpertanalista do Arctic Institute.

Um futuro incerto: entre eficiência e sustentabilidade

O Rota da Seda Polar representa um marco logístico para a China e um desafio para a governação global. Embora prometa eficiência e redução de custosdepende de um fenômeno alarmante: a derretimento acelerado do Ártico.

China planeja operar a rota regular a partir de 2026mas a sua consolidação exigirá cooperação internacional, infraestrutura adequada e um quadro ambiental sólido para evitar que a abertura do Árctico se torne uma catástrofe ecológica.



Com informações da AFP e Econews.

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