Um jovem estudante brasileiro de 16 anos desenvolveu uma ferramenta chave para identificar áreas críticas de calor urbano e agir sobre isso.
É sobre EcoAção Brasiluma ferramenta baseada em inteligência artificial que identifica os principais focos de calor urbano e orienta intervenções para transformar o futuro climático das cidades.
Seu criador é Isaque Carvalho Borgesum estudante de Instituto Federal do Tocantins que se inspirou nas altas temperaturas de sua cidade natal, Palmas, no Brasil
O projeto lhe rendeu o Prêmio Terra 2025 na categoria América Central e do Sul, com prêmio de US$ 12.500.
O problema do calor urbano em Palmas
Carvalho Borges criou esta inovação após vivenciar a altas temperaturas em sua cidade natalPalmas, no estado de Tocantisnorte do Brasil.
Esta foi fundada em 1989 graças a projeto de urbanistas, porém, segundo Borges “alguns detalhes importantes não foram considerados”.
E esclarece: «Um destes pontos tem a ver com a calor urbano«.
O fato é que, hoje, a escassez de vegetação e o uso extensivo de materiais que retêm calor áreas geradas onde a temperatura excede até 11°C o do entorno.
Esse fenômeno, conhecido como ilhas de calor microurbanasafeta especialmente os grupos mais vulneráveis, causando doenças respiratórias, insolação e mortes.
Como funciona a EcoAção Brasil, a ferramenta contra o calor urbano
A ferramenta usa dados de satélite de acesso aberto analisar variáveis ambientais essenciais, como:
- temperatura da superfície do solo;
- o índice de vegetação;
- o índice de área construída; entre outros.
O sistema integra inteligência artificial avaliar a interação dessas variáveis e o desenvolvimento de micro ilhas de calor urbano com o passar do tempo.
“Quando juntamos tudo isso, obtemos pontos estratégicos de intervenção”, explicou Borges ao Revista Smithsonian.
O modelo destaca as áreas prioritárias de calor urbano para intervenções como:
- reflorestamento;
- telhados verdes;
- melhoria de materiais de construção;
- corredores de ventilação;
- redesenho de ruas;
- parques públicos;
- pavimentos permeáveis.
A equipe de 10 voluntários planeja publicar seu primeiro artigo científico este mês, onde apresentará o Índice Tocantins.
Esta métrica permitirá medir e comparar anomalias térmicas urbanasfacilitando o planejamento baseado em evidências.
O impacto social e educacional do projeto Borges
O projeto incentiva o envolvimento dos jovens e consciência social em torno das alterações climáticas.
Através da integração da inteligência artificial e ciência cidadãpromove a participação ativa dos estudantes e das comunidades no processo de recolha e análise de dados ambientais.
Nesse sentido, Borges ressaltou a importância do acesso à tecnologia ser gratuito para escolas e organizações de Palmas.
“Para o governo de Palmas, especificamente do Tocantins, será totalmente gratuito para as instituições daqui, porque esse era o nosso objetivo original”, garantiu.
O objetivo da equipe é ter um protótipo funcional em dezembro de 2025 e lançar uma plataforma visual com mapas e métricas em 2026.
Borges concebe a EcoAção Brasil como uma contribuição científica pensada para as pessoas e para o planetade olho nas próximas gerações.
Ele Prêmio Terra É considerada a maior competição mundial de sustentabilidade ambiental para estudantes de 13 a 19 anos, conforme relatado pela Smithsonian Magazine.
Este prémio distinguiu também este ano jovens inventores de soluções de purificação de água.
Com informações da AFP e Econews.
