Com o objetivo de reforçar as capacidades de resposta humanitária e ambientalo Marinha do Brasil (MB) ao lado do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apresentou oficialmente o Força de Resposta Imediata a Desastres Ambientais (FRIDA).
O anúncio foi feito durante Seminário Internacional sobre Operações Humanitárias e Resposta a Desastresrealizada nos dias 13 e 14 de novembro, no Ilha do Governador, Rio de Janeiro.
O evento, promovido pela Programa PRO-DEFESA e coordenado por Centro Naval de Paz e Operações Humanitárias (COpPazNav)também incluiu a assinatura de um acordo de cooperação entre a Marinha do Brasil e o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA)consolidando a colaboração a nível internacional.
FRIDA: uma força anfíbia e expedicionária
A criação da FRIDA representa um marco para a Marinha do Brasil no desenvolvimento de uma força anfíbia, expedicionária e de rápida implantação. Pretende-se atuar em situações de emergência e desastres naturais.
Integrado a Corpo de Fuzileiros NavaisFRIDA combina:
- Capacidades de logística e resgate.
- Recursos de segurança.
- Estrutura humanitária para operações altamente complexas.
Esse avanço faz parte do projeto “Prepare-se para Proteger: Aprendizagem organizacional militar no Brasil diante de novos contextos de crise humanitária”implementado desde 2024 no âmbito do Programa PRÓ-DEFESA, em colaboração com universidades brasileiras como a PUC-Rioo UFU e o UFRR.
Primeiro dia: cooperação e implantação operacional
Durante o primeiro dia, o Comandante Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, Almirante Carlos Chagas Vianna Bragaressaltou a importância da cooperação entre BNDES, OCHA e instituições acadêmicas para fortalecer a preparação operacional.
“O evento de hoje tem múltiplos propósitos: trocar experiências entre militares, académicos e especialistas, porque há sempre algo a melhorar, uma vez que os desafios aumentam constantemente”, afirmou.
O diretor do BNDES, Helena Tenório Veiga de Almeidadestacou que este encontro representa “um marco civilizacional na construção de uma agenda nacional de solidariedade e ação coordenada diante dos desastres naturais”.
O primeiro dia incluiu conferências sobre as capacidades da Marinha em operações humanitárias, como a “Operação Abrigo Marítimo” e o desempenho recente no Inundações no Rio Grande do Sul. Ele Contra-Almirante Cláudio Leite apresentou detalhadamente a estrutura de FRIDA, explicando que os três pilares da resposta a desastres são vigilância, alerta e açãoe que FRIDA foi criada para responder de forma eficaz nesta última etapa.
Os participantes visitaram as instalações da força, com exibições de veículos blindados, hospitais de campanha e a nova Littoral Landing Craft (LLN).
Cooperação internacional e memorando com a ONU
O seminário contou com a participação de representantes do OCHAo Comissão Europeia (ECHO) e o República da Guianaque compartilhou experiências sobre cooperação humanitária regional.
O encerramento do primeiro dia foi marcado pela assinatura de um memorando de entendimento entre a Marinha do Brasil e o OCHAconsolidando a projeção global do país em termos de gestão de desastres.
Segundo dia: operações nacionais e monitoramento de riscos
O segundo dia focou nas operações humanitárias em território brasileiro, com apresentações sobre Operação Petrópolis (2022) e o Operação Taquari (2024).
O pesquisador de Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (CEMADEN), Dr.Giovanni Dolifexplicou a estrutura de monitoramento e os fatores que determinam o risco regional, destacando que “chuvas insignificantes para uma área podem representar uma séria ameaça para outra”.
O fechamento ficou a cargo da professora KaiMichael Kenkelcoordenador do projeto PRO-DEFESA Vque abordou o aprendizado organizacional militar diante de novos cenários de crise humanitária.
“A cooperação entre a Marinha e as universidades permite uma compreensão abrangente dos desafios do país, desde a Operação Taquari, no sul, até a Operação Acolhida, no norte”, observou.
A apresentação de FRIDA marca um passo decisivo na preparação do Brasil para responder às emergências ambientais e humanitárias. Com uma estrutura anfíbia, rápida e expedicionária, e com apoio acadêmico e internacional, a Marinha do Brasil reforça seu papel como ator fundamental na gestão de desastres e cooperação global.
Com informações da AFP e Econews.
